Jornada por 4 continentes somou 43 mil km sem combustível.
Avião é feito de fibra de carbono e pesa 1,5 toneladas.
O primeiro avião movido exclusivamente a energia solar fez história ao completar uma volta ao mundo.
Às 4h, uma silhueta diferente desceu nos Emirados Árabes. Terminava ali uma jornada de quatro continentes: 43 mil quilômetros sem um pingo de combustível.
O céu nunca tinha visto nada parecido. O helicóptero olhou meio de lado aquele estranho assobio dos quatro motores a bateria. Os 35 graus na madrugada de Abu Dhabi não atrapalharam a calorosa recepção. Dedos emocionados se cumprimentaram pelo feito inédito.
Os suíços Bertrand Piccard e André Borschberg completaram a volta ao mundo – uma viagem em etapas que começou com aquele mesmo abraço em março de 2015.
Os dois se revezaram em um avião de fibra de carbono de 1,5 tonelada. Tão leve a ponto de ser rebocado pela própria equipe.
O piloto solitário tinha toda a internet como passageira. Mostrava ao vivo o aperto no cockpit do tamanho de uma cabine telefônica e a higiene se resumia a uma espécie de pinico, lenços umedecidos e um lugar para escovar os dentes.
O conforto estava em poltronas reclináveis para dar cochilos de 20 minutos, confiando no automático. O piloto de verdade acordava no meio do sonho de muita gente. Ao redor mundo, a liberdade de voos sem poluição.
Dezessete mil células solares captam a energia do sol e permitem voar dia e noite. O Solar Impulse bateu o recorde de cinco dias seguidos de viagem; superou problemas técnicos com uma parada de dez meses no Havaí e venceu grandes variações de temperatura ao longo de 17 paradas pelo planeta para provar que era possível.
Os pilotos esperaram 15 anos por esse momento. Falaram que agora “dá para voar sem combustível e que essa é a hora de ir além”. Um discurso visionário aplaudido pelos Emirados Árabes Unidos, um dos dez maiores produtores de petróleo do mundo.
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/07/primeiro-aviao-movido-energia-solar-completa-volta-ao-mundo.html